FB Instagram
PROVOCAÇÕES DIAGNÓSTICAS

PROVOCAÇÕES DIAGNÓSTICAS

Por Alex Silveira

Gerente

Duas coisas comuns que acontecem no consultório em relação a pedido dos pacientes:

A primeira é o diagnóstico da queixa relatada – Drº o que eu tenho? Esta é a curiosidade, como se uma resposta qualquer de um quadro clínico fosse mudar a vida para melhor.

A segunda é: Tem cura? Acompanhada de vou precisar tomar remédio e/ou o remédio irá me curar?

A primeira questão aqui é que adoecemos na maior parte das vezes porque deixamos de nos cuidar, cuidamos do trabalho, da casa, dos outros e não temos tempo para nós mesmos, então fazemos um caminho que provavelmente nos levará ao adoecimento pelo descuido e para justificar o desleixo da falta do autocuidado e não se responsabilizar pelo que se está sentindo, põe-se a culpa no diagnóstico, dizendo muitas vezes frases do tipo: “faço isto porque tenho borderline, tenho depressão, sou bipolar, fui diagnosticado como narcisista e faço não porque quero, mas porque tenho patologia”. Não que estas patologias não alteram o comportamento nas mais variadas formas, “nada disso”, mas não se pode ser apegado e ficar se justificando a isto. Pois no mundo há lugar para todos...Sabia que se você gosta de bater nos outros, não há problema nisso, a questão aqui é fazer isso de forma insana, nas pessoas nas ruas etc... procura um grupo de luta e ali você também irá encontrar pessoas com tal identificação e está tudo certo, mesma coisa pra jovens que gostam de tirar raxas de carro, também não há problema, a questão aqui é faze-la em vias públicas. Não se precisa reprimir quem você é, mas precisa usar suas potencialidades no lugar certo, desta forma conseguirá melhores resultados e o que é melhor, sem prejudicar outros. Quando se vive em constante castração, inicia a redução da possibilidade de produzir felicidade, viver fazendo o que não se identifica é desagradável, elicia a exaustão e fadiga mental, provavelmente começa-se a buscar desculpas, (possivelmente num futuro nem tão distante será chamado de diagnóstico) para justificar esta sensação desagradável, que sabota a sua relação no mundo, ao qual se procrastina e mais tarde tende a sentir um montante de sensações indesejáveis, por ter muitas coisas mal resolvidas. Na tentativa de lidar com estas sensações desagradáveis, fica a esperança depositada nas medicações, que por ter iniciado um ciclo de autossabotagem existencial, se acumulou tantas questões que deixarão de ser legais, deixarão de ser apenas mais um desafio para se tornar um problema, e que a fé neste momento é depositada numa medicação como forma de milagre, mas que no fim das contas sempre foi responsabilidade “sua” todas questões do cotidiano, porém como forma de costume se é preferível descuidar novamente  e numa tentativa desesperada, amortizar as sensações desagradáveis se dopando de drogas psicoativas (medicações) e/ou muitas vezes pior ainda de outras drogas não lícitas para evitar-se sofrer. 


ALEX SILVEIRA

Psicólogo Clinico CRP 06/121890