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Conflitos  em Grupos Pastorais

Conflitos em Grupos Pastorais

Por Alex Silveira

Gerente

Conflitos em grupos pastorais

O convívio de longo prazo entre pessoas, por muitas vezes, pode gerar conflitos devido as diferenças de opiniões e a dificuldade em lidar com essas diferenças.

Todos nós, trazemos como bagagem um repertório de experiências da nossa relação com o mundo. Esta experiência, está relacionada as contingências (eventualidades), ou seja, aos estímulos externos que naturalmente condicionou determinados padrões de comportamentos, somado com as predisposições e características da sua personalidade, que influenciam nas interpretações dos estímulos externos. O Primeiro estimulo externo que recebemos em nossa vida, geralmente são dos pais e/ou aqueles que nos criou, sendo a nossa primeira referência (aprendizagem por modelagem). Quando se trata a questão das relações interpessoais, vale ressaltar que são estas bagagens da aprendizagem que se decorreu no período da sua vida e que lhe dará habilidade para se relacionar com os demais. Sendo assim, para obter um bom convívio, se faz a necessidade de lidar com as diferenças da aprendizagem do outro e que trato aqui nesta pauta algumas de tantas formas de conflitos em equipes.

 

1 -  Dono da Razão -  São pessoas que acreditam que a opinião que trazem são sempre melhores ou totalmente verdadeiras e que a opinião do outro não é tão melhor quanto a sua. Se acham mais sábios e muitas vezes, se acham até mais intectualizados (instruído) que os próprios estudiosos ou diretores espirituais. Muitas vezes, isto acontece devido ao longo tempo que se participa de determinado ministério ou pastoral, porém isto não o faz ser uma pessoa mais sabia e nem mais santa, pois o que vale é a relação e as experiências em Cristo no ministério ao qual exerce;

2 - Sindrome do Anjo Gabriel - Em equipes religiosas são comuns alguns membros se sentirem mais “santos” que outros, ou que Deus o utiliza de fonte de comunicação para revelar mistérios da vida para as outras pessoas. Me recordo de uma Pregação do Padre Leo (canção Nova) que se direcionava a estas pessoas como: síndrome do Anjo Gabriel -  pois são pessoas que se acham com o dom de revelar coisas e/ou mistérios da vida dos seus companheiros. Quando na verdade não passam de emersões de ideias baseadas em seus próprios desejos e utilizam isso como se fosse a voz de Deus. Exemplo “Deus tocou no meu coração que não é para você cantar”, “Deus revelou que é para você fazer...” etc;

3 -  Ego Ferido – Há pessoas que trazem coisas mal resolvidas do seu passado, logo aparentam um grau de persecutoriedade (mania de perseguição). Pois na ideia que se produz, acredita que todo mundo está fazendo algo para lhe prejudicar, não aceita exortações, uma vez que acredita que o inimigo e ou as outras pessoas querem sabotar sua vida. Logo se torna uma pessoa de difícil convívio, uma vez que, tudo o que se fala, encontra-se como resistência. Geralmente estas pessoas pulam de galho em galho, participando por um tempo de um ministério ou comunidade e logo muda, dizendo aos outros que saiu por que estava sendo perseguido.

Foi apresentado alguns exemplos de conflitos em grupos pastorais, mas são inúmeras questões que causam contendas nas relações. O mais importante em tudo isso, é reconhecer a existência destes conflitos e observar quais são as possíveis causas para se chegar num determinado consenso (uniformidade de opiniões). Levando em consideração que muitas coisas que se fala ao outro, tem muito a ver consigo mesmo, uma vez que: “a boca fala daquilo que o coração está cheio” (Mt 12:34). O repertório que se tem adquirido desde o início da vida até o presente momento, lhe dá a condição para interpretar os estímulos que estão ocorrendo. Se a pessoa está com boa autoestima, geralmente não se importa se os estímulos estão sendo provocativos, mesmo de forma direta. Mas quando a autoestima não está satisfatória, a probabilidade de se irritar, ou achar que está sendo julgado ou virou pauta de conversa dos outros é frequente e a baixa autoestima acaba interferindo na leitura mental que se faz dos estímulos, havendo de forma geral, sempre uma tendência de se sentir injustiçado, achando que sempre fica com as piores funções e outros.

Quando se reuni em equipe para realizar uma atividade, logo se espera uma cooperação entre os membros, não há cargos mais importantes e outros menos importantes, pois para um bom funcionamento se faz necessário as diversas funções, pois acaso os braços são melhores que as pernas? Ou os ouvidos são melhores que os olhos? Cada um tem sua função, que quando se trabalham corretamente, melhora o desempenho de determinada tarefa. No caso em questão, estamos falando do trabalho de pastoreio na comunidade, cujo objetivo a ser alcançado é graça de estar servindo como ministério em Cristo, em que Cristo é a cabeça (Cl 1:18), e todas as diretrizes precisam vir com os olhos fixos nos ensinamentos, sem por palavras e nem tirar, mas trabalhar os ensinamentos com a direção que é o próprio Cristo, mas não contaminar os ensinamentos com o próprio julgo e más interpretações baseadas nas emoções.

          Finalizo está nota escrita, lembrando que o objetivo da união em Cristo não é para derrotar ou provar ser melhor que nossos irmãos, mas como ensina Paulo na carta aos Efésios 6:10-20 “Não é contra homens de sangue e carne que temos que lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhada nos ares’.