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ALEX SILVEIRA
GERENTE
Psicólogo especialista em terapia familiar e vícios, outras terapias e serviços de alta qualidade.
É observável em diversos trabalhos de auto-ajuda
oficinas “que podem funcionar como catalisadores do ato criativo e na
possibilidade de invenção de projetos para vidas dos seus participantes, indo
muito além do aspecto ocupacional”. (Nascimento 2010). Nestas oficinas são
desenvolvidas atividades, cujo objetivo é prestar auxílio a recuperação de
pessoas. A capoeira tem sido uma destas
atividades utilizadas, pois, “pelos diversos recursos terapêuticos que oferece
associada à presença na cultura brasileira, a Capoeira está presente em
oficinas de vários CAPS em todo o Brasil”. (Veronazi ET. al, 2009). Devido à
amplitude do jogo que a capoeira pode servir de
“pratica alternativa para se oportunizar do desenvolvimento humano e
saúde social e paralelamente, desenvolver e estimular outras dimensões como a
ludicidade, a musicalidade, a espiritualidade, o prazer e felicidade” (Vieira
2006) e assim consta também quanto ao quadro da reforma psiquiátrica em sua
ampliada produção “que transcende a oferta exclusivamente medicalizante,
apresentando novos modos de cuidado que operem na produção da subjetividade e
provoquem novos modos de existência” (Veronazi ET. al, 2009). Em lugares que
obtiveram oficinas de capoeira, em especial a capoeira de angola, foi observado
que ela tem recursos que podem servir para interação entre terapeuta e
paciente, pois “explica-se que a capoeira atual é reconstruída a cada momento e
que ela pode ser jogada de forma simples e agradável, dependendo apenas do
objetivo da mesma”. (Vieira 2006) e “considera-se que as peculiaridades da
Capoeira de Angola proporcionam melhores recursos para liberdade criativa de
movimentos, buscam um jogo com maior diálogo corporal, menor competição e maior
lúdicidade” (Veronazi ET. al, 2009). Desta forma pode-se entender que a arte em
si, traz consigo questões importantes para a reabilitação e inclusão social,
uma vez que estudos demonstram a eficácia da manifestação artística e como um
possível método estratégico, pois “as observações mostraram que a melhor forma de reintegrar o
paciente na sociedade é através das terapias em grupos, como as oficinas de
artes, capoeira, grupos de comunicação, estas sendo orientadas por assistente
social, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, entres outros”. (Paixão 2009).
Quando
se utiliza de oficinas terapêuticas, e o indivíduo inicia a participação, ele
pode se tornar menos resistente, e dependendo do envolvimento com as oficinas,
pode se sentir tão à vontade que age naturalmente, despercebendo a avaliação
feita pelo profissional, o que pode ajudar mesmo quanto as intervenções a serem
dadas.
A partir de uma “mudança radical no que concerne
ao campo psi (psiquiatria e psicologia) incitando uma postura reflexiva e
aberta ás mudanças” (Santos 2010) é que promove um desenvolvimento de
metodologias com objetivo de promover saúde integral, seja ela física ou
mental, através de uma aprendizagem para hábitos saudáveis das rotinas diárias
e uma busca perene de encontrar meios eficientes de trabalhar os pacientes à
sociedade é que tem se observado a eficácia de oficinas terapêuticas como forma
de tratamento para reinserção social. “Os CAPS têm baseado suas
intervenções dentro do modelo conhecido como “oficinas terapêuticas”, que se
caracterizam pelo objetivo de potencializar as ações dos usuários, no sentido
de que possam arregimentar e redirecionar seus desejos, num movimento de
produção diária. Assim, as oficinas são expressivas, didáticas, criativas, com
enfoque corporal etc.”. (PAIXÃO 2009).
Considerando as oficinas utilizadas por diversas áreas da saúde é que se vem atentar para as práticas de exercício e expressão corporal, uma vez que “a atividade física é um comportamento efetivo na prevenção de doenças e manutenção de saúde” (Costa 2005), pois a ideia principal é do “intuito de diminuir tanto os efeitos do uso contínuo da medicação psiquiátrica, como também favorecer e ampliar o processo de socialização” (Veronazi ET. al, 2009). A capoeira pode ser utilizada como uma porta para a socialização e o enriquecimento da cultura, pois se torna explicito que: “A capoeira entra aqui como um caminho socializador e democrático, oportunizando a expressão corporal, o conhecimento do corpo, além de ser um esporte ou um lazer, constitui-se num dos traços fortes das nossas raízes culturais, presentes na música popular brasileira e em muitas outras formas de expressão do nosso povo”, (Costa 2005).
Com vasto campo para exploração do indivíduo em relação a manifestação da arte é entendido que a “Oficina de Capoeira torna-se, portanto, um fecundo campo de investigação para a produção de conhecimento” (Alves 2006). A capoeira tem dois pontos que são base para a prática como forma de reinserção “o primeiro está sustentado na prática pedagógica da Capoeira no contexto da educação escolar. O segundo ponto está pautado na fruição do lúdico para “brincar” de capoeira. (Belmonte 2009). A partir das histórias da capoeira, de como ela veio se desenvolvendo. Dentro de um contexto histórico e social, onde há utilização de canções e instrumentos que podem tornar-se grande aliados para um processo educacional, de maneira a exercer a manifestação da ludicidade, da criação da brincadeira e do jogo, podendo trabalhar os “quatros pilares da educação e as suas respectivas competências. Aprender a Ser (Competência Pessoal); Aprender a Conviver (Competência Social); Aprender a Fazer (Competência Produtiva); Aprender a Conhecer (Competência Cognitiva)”. (Vieira 2006) e neste contexto que os participantes possam exercer a interação de uns com os outros, pois já se é observável alguns resultados benéficos da pratica da capoeira, onde para a execução da mesma é preciso desenvolver “Consciência corporal, Percepção do outro, Autoconfiança, Concentração e Socialização” (Costa 2005), gerando desta maneira um “processo de ampliação da liberdade das pessoas de desenvolver seus potenciais e de assim, poder fazer escolhas” (Vieira 2006) e a partir da arte manifesta da capoeira, poder obter um processo de reintegração “desse modo, juntos aprimorar os conhecimentos, educando e nos educando, podendo, mais uma vez, a capoeira se configurar na história, como luta para a libertação” (Belmonte 2009).
REFERÊNCIAS:
ALVES, Miriam
Cristiane et. al. O Pequeno Grupo “Oficina de Capoeira” no contexto da
Reforma Psiquiátrica. Saúde e Sociedade
v.15, n.1, p.58-72, jan-abr 2006.
BELMONTE,
Maurício Mendes. ECO capoeira: A capoeira do Jardim Gonzaga. CEF/UFSCar
2009, pág. 554 – 560. Disponível em: www.ufscar.br/~defmh/spqmh/pdf/2009/belmonte_capoeira.pdf.
COSTA,
Ana Paula Motta. População em situação de rua: contextualização e caracterização.
Revista Virtual Textos & Contextos, nº 4, dez. 2005
COSTA, Fábio Renato Barcellos. Experiências e reflexões de um
programa específico de capoeira num movimento social apaeano. Revista Eletrônica
“Fórum Paulo Freire” Ano 1 – Nº 1 Julho 2005.
FERRADURA, Omri Breda - Capoeira com crianças no rio de janeiro: A capoeira como
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MARTINS, Marcello Fernando Bulhões. Da
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PAIXAO, Cíntia et al. Análise da prevalência dos transtornos
psíquicos na região metropolitana do Recife. Ciênc. saúde coletiva
[online]. 2009, vol.14, n.1, pp. 261-266.
SANTOS, Thalita Mara et. al. A atuação do psicólogo no contexto do centro de atenção psicossocial de álcool e drogas da prefeitura de Uberlândia. O portal dos psicólogos. 2010, pp1-13. WWW.psicologia.com.pt.
VERONESI, Fabio et. al. A capoeira como instrumento e recurso terapêutico para pessoas com sofrimento psíquico. Extensio: Revista Eletrônica de Extensão v. 6 • n. 8 • dezembro de 2009 • ISSN 1807-0221.
VIEIRA, Marcelo Braz et. al. A práxis da capoeira e suas contribuições no desenvolvimento da saude social. Projeto Social de Educação pelo Esporte Brinca Mané. 2006.
NASCIMENTO, Zaeth Aguiar et. al. Tecendo
a rede na cidade. IV Congresso Internacional de Psicopatologia
Fundamental, X Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental. 2010.