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Episodio Depressivo Maior

Episodio Depressivo Maior

Por Alex Silveira

Gerente

                                                                                                                                                                                                                       

          Segundo POWELL et al. 2008 o episódio depressivo maior (EDM) encontra-se entre os transtornos psiquiátricos mais prevalentes. Seus sintomas são: “humor deprimido, redução do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades, perda ou ganho de peso, insônia ou hipersonia, agitação ou retardo psicomotor, fadiga ou perda de energia, sentimentos de desvalia ou culpa inapropriados, redução da concentração e idéias de morte ou de suicídio”. Para serem diagnosticados, os sintomas precisam ter uma durabilidade de pelo menos duas semanas e um deles seja, necessariamente, humor deprimido ou perda de interesse ou prazer.

          “Muitos pacientes tratados, mantêm sintomas residuais e subsindrômicos que conduzem a desfechos desfavoráveis”, como maior risco de recaídas e suicídio, das funções psicossociais e mortalidade elevada decorrente de outras doenças clínicas. A maior preocupação no acompanhamento desses pacientes é o suicídio, associado significativamente à depressão maior, pois esta resulta de hábitos de “pensamentos extremamente arraigados”, humor e comportamentos negativos usualmente podem estar ligados a resultados de pensamentos e crenças distorcidas.

          “Pacientes com depressão acreditam e agem como se as coisas estivessem piores do que realmente são”, pois pode ser compreendida como sendo decorrente das próprias cognições e esquemas cognitivos disfuncionais. Muitos estudos e metanálises indicam que a terapia comportamental (TC), ou a terapia compotamental cognitiva (TCC) tal como desenvolvida por Beck, é a mais bem pesquisada forma de tratamento envolvendo qualquer transtorno psicológico, ela produz efeitos psisitivos no tratamento da depressão, seja leve, moderada ou grave. “Além disso, a efetividade da TCC na depressão é tão ou mais robusta do que a farmacoterapia ou outros tipos de intervenções psicológicas (por exemplo, terapia interpessoal ou tratamento de apoio).

          Beck pressupõe para a depressão um modelo cognitivo de dois elementos básicos: a tríade cognitiva e as distorções cognitivas.   A tríade cognitiva consiste na visão negativa de si mesmo, visão negativa do mundo, incluindo relações, trabalho e atividades e na visão negativa do futuro, o que parece estar cognitivamente vinculado ao grau de desesperança. “Os pensamentos mais típicos e expressões verbais sobre a visão negativa do futuro incluem: “As coisas nunca vão melhorar”,

“Nunca vou servir para nada” ou “Nunca serei feliz”. A desesperança pode torná-los mais intenso quando estes pensamentos se associarem a uma ideação suicida e “a morte pode ser compreendida pelos pacientes depressivos como alívio para a dor ou sofrimento psicológicos ou como saída diante da percepção de uma situação como impossível de serem suportadas”. A elaboração da experiência de um paciente deprimido é de forma negativa, desta forma antecipa resultados desfavoraveis para seus problemas.

          Sendo a depressão um comportamento de desajuste que o indivíduo apresenta, a terapia comportamental ou a comportamental cognitiva, pode-lhe ser de grande valia, uma vez que ajuda o paciente a modificar crenças e comportamentos que produz certo estado de humor. “As estratégias terapêuticas da abordagem cognitivo-comportamental da depressão envolvem trabalhar três fases: 1) foco nos pensamentos automáticos e esquemas depressogênicos; 2) foco no estilo da pessoa relacionar-se com outros; e 3) mudança de comportamentos a fim de obter melhor enfrentamento da situação problema”.

          LEWINSOHN apud POWELL et al 2008, afirma que os “pacientes sentem depressão porque estão experimentando redução no reforço geral do mundo externo” que decorre devido a redução do reforço positivo e/ou excesso de experiências aversivas. Desta forma a depressão se conceitua nesse modelo como um “círculo vicioso de retraimento gradual do paciente ante as atividades positivas e a perda exponencial do reforçamento”.

          A atuação do terapeuta deve ser de maneira incisiva para aumentar o envolvimento do paciente deprimido em atividades de reforço e interações sociais, uma vez que os déficits em habilidades se conceituam como fatores que podem contribuir para a depressão.

 

REFERÊNCIA:

POWELL, Vania Bitencourt; ABREU, Neander; OLIVEIRA, Irismar Reis de  and  SUDAK, Donna.Terapia cognitivo-comportamental da depressão.Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2008, vol.30, suppl.2, pp. s73-s80. ISSN 1516-4446.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462008000600004. 


PSICÓLOGO ALEX SILVEIRA

CRP 06/121890